quarta-feira, 8 de março de 2017

[Especial] {#SemanaGirlPower} Dia Internacional da Mulher + Cinco séries com personagens femininas fortes!


Hola e sejam bem-vindos ao terceiro dia da #SemanaGirlPower! Antes de tudo, parabéns a todas as mulheres pelo dia de hoje! Porém, apesar de tudo o que já conquistamos, não devemos nos conformar com a situação atual, e assim como feito no passado, devemos lutar pelos nossos direitos. Você sabe por que se comemora o Dia Internacional da Mulher? (está na hora de preparar o seu caderno da moranguinho, teremos mais uma sessão de aula a lá Phoenix!)

 O dia 8 de março se tornou especial após uma série de lutas e reivindicações das mulheres, principalmente nos Estados Unidos e Europa, que visavam a melhorias nas condições de vida e trabalho, assim como o seu direito de voto. Vale ressaltar que essa data se tornou especial devido á uma série de eventos infelizes, tais como: o dia 08 de março de 1857, quando trabalhadores de uma indústria têxtil de Nova York fizeram greve por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos trabalhistas para as mulheres – esse movimento foi reprimido com violência pela polícia. Em 08 de março de 1908, trabalhadoras de Nova York se manifestaram para lembrar o movimento de 1857 e para exigir o direito de voto feminino e o fim do trabalho infantil – este movimento também foi reprimido com violência pela polícia...

Mudando um pouco o foco, em 1910, durante uma conferência feminista na Dinamarca, foi aprovada (por mais de 100 representantes de 17 países) a resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos das mulheres e como forma de obter o apoio internacional para a luta a favor do direito de voto feminino. A data escolhida foi justamente o dia 08 de março, para homenagear os movimentos anteriores.


Porém, o evento mais comumente associado ao Dia Internacional da Mulher é o incêndio de uma fábrica de tecidos de Nova York, que ocorreu em 25 de março de 1911, e matou 145 trabalhadores, dentre os quais 130 eram mulheres. Há quem diga que o incêndio foi acidental, causado pelas péssimas condições de segurança do local, e há quem diga que foi proposital... Independentemente da origem, esse incêndio serviu de marco para as lutas feministas ao decorrer do século XX.

Quando o dia 08 de março foi estipulado, o objetivo não era apenas a comemoração. Tanto que em diversos países são realizados debates e reuniões com o objetivo de discutir o papel da mulher na sociedade atual. Tendo como meta final a extinção do preconceito e da desvalorização das mulheres.

Neste post resolvi mudar um pouco o foco e falar sobre 5 séries com personagens femininas fortes. Mas o que é uma personagem feminina forte? Talvez você queira dar uma olhadinha no post do dia 06/03: O que eu espero em uma protagonista feminina?

Foi um pouco difícil pensar nessa lista, já que eu pretendia falar sobre apenas uma personagem por série e claro, não consegui falar sobre apenas uma... Culpem essas séries por criarem diversas personagens fodas.

Sabemos como é difícil encontrar personagens femininas que tenham voz ativa e que sejam relevantes. Seja por elas sempre serem retratadas como o estereótipo da donzela em perigo, ou simplesmente por elas serem utilizadas apenas para servir de par romântico para o protagonista machão, não existem quase personagens que realmente nos inspirem. Porém, pouco a pouco, essa infeliz realidade vem mudando – oremos –por isso, trago uma singela lista de cinco séries que apresentam mulheres dignas de serem admiradas – novamente, é claro que isso é a minha opinião. Também vale ressaltar que existem outras diversas séries que poderiam ter entrado para essa lista, como “Game of Thrones”, “Jessica Jones”, “Orphan Black”, “Buffy the Vampire Slayer”, etc... Um dos critérios que eu utilizei para criar essa lista, e talvez o mais importante, foi a quantidade de episódios assistidos (ou bagagem, para os íntimos) e a data em que foram assistidos (apesar de eu ter muitas lembranças positivas de “Buffy”, eu assisti a tanto tempo que não lembro mais de nada...).

A primeira série é “The Walking Dead”, que mistura o melhor – ou dependendo do ponto de vista, o pior – de zumbis, sobrevivência, violência, drama, emoções a flor da pele e personagens que você vai se apegar, só para eles morrerem no episódio seguinte (R.I.P Tabitha), afinal estamos na sétima temporada roendo loucamente as unhas enquanto seguramos os lencinhos...


"Beeeeeh!"

 Quando se fala de “The Walking Dead” e personagens femininas, fica difícil não mencionar a Michonne. Assim que o apocalipse zumbi “estourou”, ela se fechou e se tornou uma pessoa fria, prática e violenta (não era para menos, com esse passado desgraçado), porém após encontrar o grupo de Rick, ela foi trazendo de volta o seu lado humano, e novamente tem algo a proteger: as pessoas que se tornaram sua nova família.

E como não mencionar o fato de ela arrancar cabeças usando uma katana? Como não admirar alguém que apresenta o foco e a determinação necessários para manter a cabeça fria enquanto decepa mortos-vivos? (Se fosse comigo eu cortaria até a grama com essa espada, me julguem).


“A raiva torna você idiota, ser idiota te mata.”

Outra personagem é alguém que está conosco desde a primeira temporada (e já passou por alguns momentos em que nos questionamos se ela continuaria): Carol Peletier. Nos primeiros episódios ela era uma dona de casa submissa e introvertida que sofria abusos constantes do marido. Assim que ela se junta ao grupo, ela começa a demonstrar que por baixo da fachada frágil, há uma mulher extremamente forte. De lá para cá ela se tornou alguém que se defende sozinha e não aceita não como resposta. O crescimento dela se não for o maior, é um dos maiores da série.

 “Você mata ou morre ou você morre e mata.”

Ela deixou de ser apenas a mãe da Sophia (vulgo pentelha do caralho), para ser uma mulher que sabe o que quer e que defende seus ideias, mesmo que isso signifique entrar em conflito direto com outras pessoas.

E como se esquecer de Maggie Green/Rhee? Talvez ela tenha o começo mais “fácil”, se comparado com as outras personagens mencionadas. Ela vivia em uma fazenda com seu pai e irmãos, que acreditavam que os zumbis eram apenas pessoas doentes, por isso não deviam ser mortas já que sempre existe a possibilidade de uma cura. Após a chegada do grupo de Rick, ela passa por algumas situações que abrem seus olhos, mostrando que seu pai estava errado, e percebe que para que eles sobrevivam, será necessário lutar com todas as forças.


“Eu não quero sentir medo de estar viva.”

Ela é uma mulher corajosa, inteligente e carinhosa, que passa por uma bela dose de desgraça nas próximas temporadas, e principalmente nessa última, nunca sem perder a sua essência. Sendo fã dos quadrinhos, só digo uma coisa: se ela já era foda, esperem para o que esta por vir...

A próxima série é “How to Get Away With Murder”, uma série sobre um grupo de estudantes de direito que quer botar a prova todo seu conhecimento, arregaçando as mangas e cometendo um crime eles mesmos (yay!). Claro que todos já teriam sido presos se não fosse a sua professora, e mentora, Annalise Fucking Keating.


“Rezar é para os fracos. Eu prefiro chutar a sua bunda no tribunal.”

É impossível não achar Annalise Keating, advogada e professora de defesa criminal na faculdade de direito, uma personagem forte. Ela é uma mulher confiante e auto-suficiente, que aparentemente leva uma vida perfeita, já que ela é respeitada, admirada e, em certa escala, temida no trabalho. Porém ao desenrolar da desgraça, ela começa a demonstrar duas faces: a de mulher forte e inabalável perante a sociedade e uma frágil e destruída – e amante de uma boa vodka – apenas para pessoas muito próximas. Novamente, tornando-a mais real, afinal de contas um ser humano sente e sofre. Nada de ser inabalável 100% do tempo, todos temos nossos momentos de fundo do poço.

A próxima série é “The 100”, que se passa em um mundo em que a Terra foi destruída por um apocalipse nuclear e apenas 400 pessoas conseguiram escapar da aniquilação, se refugiando no espaço em um conjunto de 12 naves internacionais, denominado a Arca. Porém, quase 100 anos depois diversos recursos essenciais da humanidade – que cresceu para um número de aproximadamente 4.000 pessoas – está acabando, por isso pessoas que comentem crimes, por menores que sejam, são mortos por ejeção ao vácuo (processo que é carinhosamente denominado de “flutuar” – Todos nós flutuamos aqui embaixo – entendedores de referencias entenderão). E no caso de pessoas com menos de 18 anos, são presas. Até o dia em que alguém tem a brilhante idéia de mandar para a Terra esses 100 prisioneiros juvenis, para verificar se ela é habitável – e para dar aquela liberada de espaço. Chegando à Terra os 100 descobrem que ela é habitável (*festa), porém eles não estão sozinhos, e essas “pessoas” não são amigáveis (*fodeu).

Vamos falar sobre algumas pessoas importantes aqui: Clarke Griffin e Octavia Blake: Clarke é filha da médica da Arca, então ela tem um bom conhecimento medicinal, diga-se de passagem alguém que não deve ser descartada. Algumas merdas acontecem e ela é condenada – boa Comandante Jaha! Continue assim! Após chegar à Terra ela demonstra uma liderança nata e se torna a responsável por fazer as escolhas mais difíceis, mas que garantirão a sobrevivência de seu povo. Ela é corajosa, forte, tem a sua dose de demônios no armário e cicatrizes, é calculista, destemida e tem um bom coração. Ela é uma pessoa que não tem medo de fazer justiça pelas próprias mãos e não se conforma com a situação, por pior que ela seja.


“Nós vamos descobrir algo. Nós sempre descobrimos.”

Já Octavia, é o fruto de uma gravidez proibida. Sua mãe engravidou novamente, apesar de ser proibido, e teve que manter Octavia escondida durante 16 anos. Até o dia que a merda foi jogada no ventilador e ela é descoberta, condenada, e sua mãe é morta.

Chegando à Terra ela fica fascinada com tudo, já que sempre viveu em cativeiro. Muitos spoilers acontecem, e ela passa a ser uma das personagens mais fortes, tanto física, quanto psicologicamente, afinal de contas ela é uma das únicas a se preocupar com os “terrestres” e o “povo do céu”. Assim como Clarke, ela não tem medo de fazer o que for necessário para garantir a sobrevivência daqueles que ela ama, nem que não seja a coisa certa a ser feita...


“Um guerreiro não chora pelos mortos até que a guerra tenha acabado.”

A próxima série é “3%”, com produção brasileira, é uma das novas apostas do Netflix. Nela, existe um mundo pós-apocalíptico devastado em que a maior parte da população vive no “Continente”, vulgo o lugar da miséria e da desgraça. Porém, aos 20 anos de idade, todo cidadão tem o direito de participar do “Processo”, uma série de testes que envolvem provas físicas e psicológicas, que oferecerão a única chance de abandonar o Continente e passar para o “Maralto”, onde tudo é abundante e todos são oferecidos uma vida digna. Porém, como nada na vida vem fácil, apenas 3% (Uhul, falaram o nome da série!) dos candidatos são aprovados no Processo, então dá para imaginar a pressão...


“Sabia que ia dar merda.”

Uma das personagens mais fortes dessa série é a Joana. Além de ser um gênio de personalidade forte, e que inicialmente pode soar como arrogante, ela demonstra ao decorrer dos capítulos que tudo tem um motivo e que ela é tão frágil quanto os outros participantes, a única diferença é que o que a espera se ela não for aceita, não é uma família de braços abertos, e sim algo muito mais tenebroso...

A próxima e última série é a nossa queridinha “Sense8”. Como não amar uma série com tanta diversidade e que é tão difícil de explicar? Uma conexão mental e emocional entre oito pessoas de todo o mundo, que torna possível que eles sintam e se comuniquem entre eles, assim como também torna possível o compartilhamento de seus conhecimentos, língua e habilidades.

Duas das personagens mais fortes (Ei, Riley, vai tomar no cú!), são Nomi Marks e Sun Bak. Nomi é uma blogueira política, hacker e transexual que foi rejeitada pela família – que por sinal, a persegue para que ela seja praticamente lobotomizada e volte ao “normal”. Apesar das adversidades, que poderiam a ter tornado uma pessoa insensível e fechada, Nomi é uma pessoa de coração puro, que luta pelos seus ideais e que tenta ajudar todos, colocando-os em primeiro lugar.


“A verdadeira violência, a violência que eu percebi que era imperdoável, é a violência que fazemos a nós mesmos, quando estamos com muito medo de sermos quem realmente somos.”

Já Sun, é filha de um empresário magnata que se envolveu em um escândalo (porque é um porra teimoso e não a escutou, diga-se de passagem) que destruiria todo o seu legado, se não fosse sua filha primogênita a se entregar as autoridades e assumir a culpa de algo que ela não fez.

Sun é altamente dedicada à sua família, e sempre tentou agradar seu pai, que nunca a valorizou. Como se a vida familiar merda não fosse o suficiente, ainda temos o agravante do trabalho, já que ela sofre preconceito por ser mulher – claro, porque mulheres não podem ocupar um cargo alto e tem que se contentar em levar o cafezinho para o irmão caçula imprestável. Para não matar ninguém, ela se dedicou a luta e é uma estrela do submundo do kickboxing – com amor por cachorros.


“Eu pego tudo o que eu estou sentido, tudo que é importante para mim... Eu forço tudo nos meus punhos, e eu luto por isso”


Ao decorrer da série, ela se encontra presa esperando seu julgamento. Porém após ouvir os relatos de diversas mulheres que sofriam abusos e cometeram crimes para se libertar, ela decide que não quer mais levar toda a culpa e destruir sua vida no processo, por uma família, principalmente um irmão, que sempre a tratou como merda.
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Mas aonde eu queria chegar com esse post? Apenas criar uma lista de séries a serem assistidas por tratarem mulheres como seres humanos e não objetos? Não. Eu queria (e quero) que mais pessoas criem personagens que são um exemplo, que não estão lá apenas como parte da decoração – convenhamos que o número de personagens femininas que são ultra sexualizadas ainda é grande – e que cada vez mais fossem retratados exemplos de sororidade.

Chega dessa história ridícula de que mulheres “só querem ferrar umas as outras, afinal são interesseiras”. Por que porra de motivo você é obrigada a acreditar nessa merda? Não sabia que existia um grupo de neurônios femininos que impedisse o desenvolvimento de sentimentos “construtivos”, perante as suas iguais. Por que temos que nos virar umas contra as outras e “brigar pelo machão” ou “pela última vaga de emprego” (afinal essa empresa de merda tem cotas para as minorias, incluindo mulheres, não é?). As mulheres devem se unir contra quem realmente está as oprimindo: o patriarcado, um sistema de merda que nunca deveria ter sido empregado, e talvez só tenha sido pelo conformismo feminino. Como eu já disse no post anterior: quem, em parte, se colocou nessa situação desigual, foram às próprias mulheres. Seja por não se levantarem e lutarem pelos seus ideais, seja pela opressão, ou seja pela falta de respeito, tanto de homens perante mulheres, quanto de mulheres perante outras mulheres. Precisamos acordar para a realidade e parar de perder tempo com coisas inúteis, e é claro que isso se aplica a todas as obras ao nosso redor. Pensem por esse lado: quantos livros/séries/filmes você já leu/assistiu que retratavam rivalidade entre mulheres? Se existissem mais obras que estimulassem a famosa sororidade, quem sabe não estaríamos em outro degrau da escada do mundo ideal...


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Semana Girl Power

Este post faz parte da #SemanaGirlPower realizada em parceria com blogs amigos com o intuito de apresentar trabalhos feitos por mulheres incríveis e dar visibilidade aos talentos femininos em mídias variadas em homenagem ao Dia da Mulher (8 de março). Para conferir o que os outros participantes do projeto estão fazendo, visite os links: Skull Geek - Pipoca Musical - Embarcando na Leitura - Night Phoenix Books

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