terça-feira, 4 de abril de 2017

[Resenha] The Walking Dead #2: O Caminho Para Woodbury

Título: O Caminho para Woodbury

Título original: The Road to Woodbury

Autor: Robert Kirkan e Jay Bonansinga

Editora: Galera Record

Número de páginas: 336

Skoob: Adicione a sua estante

Sinopse: Há alguns meses que Philip Blake, o temido e ao mesmo tempo adorado Governador, organizou Woodbury para que a cidade murada fosse um local seguro no qual as pessoas pudessem viver em paz em meio ao apocalipse zumbi. E paz e segurança é tudo que Lilly Caul, que tenta desesperadamente sobreviver a cada dia que nasce, quer. Porém, mal sabe ela que seguir em direção a Woodbury é estar a um passo do perigo. Uma horda de errantes famintos não é nada perto do que se pode encontrar por lá.


Defina o livro com uma frase: Gostaria de um ticket para bem longe da próxima estação...


Apesar de se tratar de uma continuação, esta resenha de “O Caminho para Woodbury” não apresenta spoilers do primeiro volume, “A Ascensão do Governador”, talvez se houvessem spoilers a serem mencionados, esta história poderia ter sido muito melhor...

Ao contrário do que se é apresentado no primeiro volume “A Ascensão do Governador”, “O Caminho para Woodbury” parece ter sido escrito por pessoas completamente diferentes. No lugar de uma narrativa tensa e recheada de ação temos personagens mornos, que não conseguem fazer com que nos importemos com eles, uma narrativa sem sentido que não toma rumo nenhum ao decorrer do livro e acima de tudo, temos uma continuação que não continua nada, parece apenas preencher a lacuna para o próximo volume...

“É assim que o mundo acaba, não como uma explosão, mas com um errante.” (Página 179)

Quem nunca quis saber como Woodbury foi fundada? Ainda mais levando em consideração aos acontecimentos do livro anterior... Se você espera encontrar mais um livro magnífico sobre um dos maiores vilões de “The Walking Dead” sinto-lhe informar que você irá se decepcionar, já que há muito pouco do Governador neste volume – e o pouco que nos foi dado é insuficiente e trata o personagem como outra pessoa...

Acompanhamos Lilly Caul, uma mulher que sobreviveu ao início do apocalipse e traçou uma estrada sangrenta que a levou a um grupo de sobreviventes. Porém, nem todos os grupos são como o de Rick, então após conflitos internos ela abandona esse grupo junto a outras 3 pessoas: Josh o mr. músculo, Bob um médico guerrilheiro com tendências fortes ao alcoolismo, Megan amiga antiga de Lilly com pouco, ou nenhum, escrúpulo e qual é o nome dele mesmo? Ah, o personagem inútil que ninguém nem se lembra do nome, ou se importa o suficiente para lembrar.


Esse grupo de desajustados vaga sem rumo pelas estradas da Geórgia até o dia que se depara com a famosa comunidade Woodbury, e lá conhecem o temido Governador, que nessa época ainda respondia como Philip Blake.

“Lilly estremece. Ela percebe que agora todos são monstros – todos eles – incluindo ela e Bob. Agora Woodbury é o monstro.” (Página 235)

O livro acompanha principalmente Lilly e olha... que personagem chata! Pessoas covardes são de se esperar, porém a personalidade estagnada de Lilly a torna desnecessária na história. Por apresentar a premissa de desvendar a psique do Governador era de se esperar que houvesse mais dele neste livro. “O Caminho para Woodbury” foi perdido e estamos vagando em alguma outra estrada qualquer, sem saber nem quem somos ou o que ainda fazemos lá...

E o romance? Ahhh o romance desnecessário... O que falar sobre ele? Forçado, relativamente machista e que apenas serviu para chocar o leitor. Posso dizer chocar? Fiquei até contente com o desenrolar dos eventos, já que toda essa babaquice chegou a um fim.

Uma das coisas que mais me incomodou foi à presença constante da frase “mas eles não sabiam que...” Sério... Usar isso uma vez ou duas é aceitável, agora a cada “plotwist”? PELO AMOR DE DEUS!


O desfecho deveria ter sido arrebatador, mas foi um alívio, já que esse livro me dava à impressão de estar crescendo conforme eu lia seus longos capítulos. Realmente não parecia uma obra escrita pelo responsável por criar o universo de “The Walking Dead”, Robert Kirkman, mas sim de algum aspirante a escritor mequetrefe.

Se eu vou continuar essa série? Antes teria respondido com absoluta certeza que sim, agora o futuro é incerto... Gostaria de saber o que acontecerá – ainda mais por saber que alguns personagens icônicos participarão do próximo volume – porém, será que essa expectativa será derrotada por uma narrativa maçante que não vai a lugar algum? Temo pelo futuro desta série. Espero criar forçar para continuar e finalmente descobrir se vou ter algo magnífico igual ao primeiro volume ou se agora a sombra do tédio recaiu sobre mais esta série...

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