segunda-feira, 2 de outubro de 2017

{Outubro Trevoso} [Resenha] It (2017)


Para quem chegou a assistir o filme/apanhado da minissérie de 1990, “It - Uma Obra Prima do Medo”, que foi baseada na obra icônica de Stephen King, “It - A Coisa”, sabe bem que adaptações envolvendo essa obra tem um passado um tanto quanto vergonhoso e sombrio - claro que a atuação de Jim Curry como o palhaço Pennywise ganhou alguns pontos importantes para o time.

A adaptação de 2017 do diretor Andy Muschietti - conhecido pela desgraça de 2008, “Mama” - com roteiro de Chase Palmer, Cary Fukunaga (“True Detective”) e Gary Dauberman (conhecido por “Annabelle” 1 e 2), “It - A Coisa” estreou no dia 07 de setembro de 2017 (exatamente 27 anos depois da estréia de seu predecessor) e explodiu os números de bilheteria - não podíamos esperar menos de um trailer que mais foi assistido em um único dia.


Se você ainda não sabe sobre o que é este filme, aqui vai uma breve sinopse: existe uma cidade no Maine, chamada Derry, que está tendo uma epidemia em casos de desaparecimento de crianças. Tudo começa quando o irmão caçula de Bill Denbrough, Georgie, sai para brincar com um barco de papel na chuva e é dilacerado por um palhaço que aparece em um bueiro. Somos introduzidos a 7 personagens completamente diferentes que só se assemelham por serem desajustados e que agora devem combater o “palhaço” e impedir que mais crianças desapareçam...


Levando em consideração o tamanho do livro, seu histórico de adaptações e aquela bendita expectativa que tende a estragar tudo. “It” tinha tudo para dar errado. Porém, surpreende sendo bem fiel ao enredo original, e ganha o coração de quem já era fã - normalmente quem é mais difícil de se agradar - por trazer uma obra concreta do começo ao fim.

Algumas coisas foram alteradas e não fizeram muito sentido, uma das mais marcantes foi a mudança da época em que se passa a história, no livro as crianças encontram a Coisa em 1958-1959. Porém, o filme se passa em 1989. Será por causa da atual fixação com os anos oitenta?

O elenco mirim é um dos pontos mais altos do filme. Eles são excelentes atores e realmente são capazes de transmitir o sentimento de amizade e companheirismo, como se eles fossem amigos de infância na vida real.


Outro ponto fortíssimo do filme é a atuação de Bill Skarsgard, que dá vida ao palhaço que deu origem ao termo coulrofobia (medo de palhaço, para os íntimos). Tanto sua caracterização, quanto a própria atuação, são completamente fiéis e críveis. Ele consegue dar vida a um palhaço meigo e engraçado, ao mesmo tempo em que faz com que nos agarremos a poltrona do cinema em completo pavor.

Por se atrever a dividir a obra em dois momentos: infância e fase adulta, Muschietti se arriscou. Não dava para ser considerada mais ou menos, ou seria um acerto completo ou um fiasco. Essa alteração na cronologia do livro prejudica em partes, já que os encontros com Pennywise eram intercalados com passado e presente e acabamos tendo uma noção do que se desenrolará na próxima parte, 27 anos depois - por sinal, vocês sabiam que o filme de 2017 estreou no mesmo dia da minissérie dos anos 90? Só que 27 anos depois… *PAM PAM PAAAAAAM!


Uma obra concisa do começo ao fim, que apesar de divergir do livro - vamos levar em conta o tamanho dessa chaproca - foi muito fidedigno e passou o mesmo sentimento de amizade entre os integrantes do clube dos otários, o que era extremamente essencial.

“It” não é um filme de terror, ele flutua em diversos gêneros. E por mais difícil e arriscado que essa decisão tenha sido, consegue passar por cada gênero como se o filme fosse dedicado exclusivamente a isso. Como pelas próprias palavras de King “humor e horror são gêmeos siameses”. “It” é uma obra complexa, com mais camadas de profundidade do que momentos que você pula da cadeira levando um susto. Por sinal, as cenas cenas de suspense e terror me deram medo. Carrego uma certa bagagem de filmes de terror, e mesmo tendo lido o livro e sabendo o que iria acontecer, continuei com aquela atmosfera de tensão e mal estar que antecede um susto. O famoso cagaço, conhecem?


Não, não acho que “It” seja um filme que se atenha apenas aos jump scares. Eles fazem parte da narrativa para acelerar o nosso ritmo cardíaco e o ritmo da história, que mais para o final assume uma atmosfera nauseante de sufocamento, ao mesmo tempo que dá aquele gostinho agridoce do amor das crianças.


“It” não é um livro/filme de terror. É sobre a amizade, aprofundamento da relação entre os personagens, sobre a falta de crença nas crianças, sobre abusos, preconceito, distinção, sobre medo e como não podemos deixar que ele domine nossas vidas, sobre infância e seus anseios e acima de tudo, é sobre a força que um elo de amizade tem na vida das pessoas.

Que a tartaruga esteja com vocês :)

Diretor: Andy Muschietti
Ano: 2017
Duração: 135 minutos
Classificação: ★★★★★♥/✰✰✰✰✰


Sejam bem-vindos ao Outubro Trevoso, onde seus piores pesadelos se tornam realidade >:)

Não tem medo do escuro? Que tal descer até o fundo do poço?

Um comentário:

  1. Olá! Obrigada por compartilhar sua resenha! O meu filme favorito de terror agora é It A Coisa. Porém mais que filme de terror, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. O A Coisa o filme é muito bom pelo elenco e roteiro. Realmente vale a pena todo o trabalho que a produção fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. Não tem dúvida de que Bill Skarsgård foi perfeito para o papel principal. Fez uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem.

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