sexta-feira, 17 de novembro de 2017

[Resenha] A Guerra do Velho #2: As Brigadas Fantasmas

“Quando se nasce para proteger a humanidade, ninguém está acima do combate.” (Página 132)


“As Brigadas Fantasma” é a continuação relativamente independente do queridíssimo “A Guerra do Velho” do autor que gosta de destroçar nossos corações, John Scalzi.

Para quem, assim como eu, estava sedenta por mais John Perry, sinto-lhes informar que aqui ele é apenas mencionado. Mas não vamos nos desesperar, não é como se o titio Scalzi não fosse nos deixar em excelente companhia. Nossa babá será ninguém mais, ninguém menos que Jane Sagan. Ela abrirá as portas ultrassecretas do quartel das Forças Especiais de Defesa, nos dando um curso intensivo sobre as famosas Brigadas Fantasma.

Mas o que são essas benditas brigadas fantasma? De onde vêm? Como se alimentam? Onde vivem? Todas essas perguntas e algumas outras de caráter mais pessoal serão respondidas a seguir. Então liguem seus Brain Pals e apertem os cintos para serem atirados de cabeça em mais uma viagem - sem garantia de volta.


“No início da noite do segundo dia, Andrea Gell-Mann apresentou ao 8º o conceito de grosseria, que encontrou no almoço e compartilhou pouco antes do jantar. No jantar, os membros do 8º diziam um para o outro para passar a porra do sal, seu merda dos infernos, até Brahe lhes dizer para parar com aquela putaria, seus descaralhados, porque aquilo cansaria muito rápido. Todos concordaram que Brahe tinha razão, até Gell-Mann ensinar o esquadrão a xingar em árabe.” (Página 112)

Os soldados das Forças Especiais de Defesa, como descobrimos em “A Guerra do Velho”, ao se alistarem e atingirem a idade de 75 anos tem suas consciências transferidas para um corpo contendo seu DNA atrelado ao DNA de diversos animais e alienígenas. Tudo isso para termos em mãos um corpitcho verde sensual, com maior resistência e sentidos mais aguçados. Porém, as Brigadas Fantasma são um tipo diferente de infantaria. Seus recrutas jamais fizeram a transferência de consciência, pois morreram antes. Então, para que todo o material genético coletado não seja jogado em um buraco negro, a União Colonial usa o DNA dos presuntos que haviam se alistado, o preenche com sequências de bases nitrogenadas bizarras de outras espécies e tcharam! Temos o nosso soldado recém nascido saindo quentinho do forno!

Ao contrário de “A Guerra do Velho”, que era recheada de ação e momentos de alívio cômico, “As Brigadas Fantasma” foca na relação entre os integrantes das brigadas fantasma, e a forma com que esses bebezões transferem memórias e experiências, fazendo com que aprendam qualquer informação e habilidade em segundos. Se você espera um livro recheado de ação, tenha em mente que as Forças Especiais são responsáveis por missões impossíveis e que fariam um soldado comum questionar sua própria lealdade. Essas missões normalmente envolvem espionagem e furtividade, afinal não queremos que mais uma guerra interracial ecloda.


De maneira resumida, o enredo é basicamente o seguinte: Deu merda. Temos uma guerra  iminente e os seres humanos estão em grandessíssima desvantagem.

Os generais das FCD descobrem que um de seus cientistas mais promissores forjou a sua morte e se aliou aos inimigos. Por isso, em um plano completamente estúpido que tem tudo para dar errado, eles clonam esse cientista e o criam como um soldado das Brigadas Fantasma. Quem será que poderia garantir que o clone desse cientista não fique doido e traia a União Colonial novamente? Ora, Jane Sagan é claro!

Ao contrário do que eu vi algumas pessoas comentando o soldado, Jared Dirac, não tenta substituir John Perry. Até porque eles são completamente diferentes. Dirac chega para aprender conosco como funcionam as brigadas fantasma e qual é o seu papel nisso tudo.
Um dos pontos altos é a forma com que cada um interage com o seu esquadrão. Eles formam um elo mais forte do que uma família e compartilham cada experiência e memória entre eles - o que torna impossível não gostar de cada um dos personagens.

“Que seja. Coronel, estou dando uma ordem direta. Coma a porra do cookie.” (Página 224)

Scalzi, como sempre mistura ficção científica, conceitos científicos que fazem sentido (aleluia), drama, piadinhas sujas e muito sarcasmo. “As Brigadas Fantasma” pode até não ser a continuação que estávamos esperando, porém é tão cativante quanto “A Guerra do Velho”, e é impossível largar este livro. O que acaba sendo um ponto negativo, já que o lemos muito rápido e ficamos órfãos até o lançamento de “The Last Colony” - que vai focar em John Perry e Jane Sagan, ou seja, não estou bem esperando esse livro.


Se você quer personagens cativantes, muita ficção científica, espionagem, mortes, clones e tiros, este livro é para você. Agora só nos resta roer as unhas enquanto esperamos pelo próximo volume (Aleph, nunca te pedi nada. Andem logo com os próximos 4 livros!!!)


Autor: John Scalzi
Editora: Aleph
Número de páginas: 376
Classificação: ★★★★★♥/✰✰✰✰✰

2 comentários:

  1. Ótima resenha! Concordo com você, As Brigadas Fantasma não foi o que eu esperava, mas eu gostei muito da história mesmo assim. <3

    https://abducaoliteraria.wordpress.com

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    1. Oii, tudo bem? Obrigada! Fica muito difícil não ter expectativas depois de conhecer John Perry hahaahha

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