segunda-feira, 5 de março de 2018

[Especial] {#SemanaGirlPower} Abertura + Mulheres que Mudaram a Minha Vida!


Este ano fiquei um bom tempo pensando como eu poderia abrir a #SemanaGirlPower, e qual maneira melhor do que falando um pouco das mulheres que mudaram a minha vida? Independente da mídia envolvida, estas mulheres servem de exemplo, não tem medo de falar o que elas pensam e nunca abaixaram a cabeça para as adversidades. Pelo contrário, as enfrentaram com o queixo erguido. 

Seguindo uma ordem relativamente cronológica, a primeira pessoa que eu penso é Marie Skłodowska Curie. Eu estava no ensino médio quando minha professora de química passou um filme sobre a cientista polonesa que estudava radioatividade, descobrindo dois novos elementos: polônio e rádio. Tamanha foi sua importância para a ciência, que em 1903 ganhou o Nobel de Física e em 1911, o Nobel de Química. Se tornando a primeira pessoa a receber um prêmio Nobel duas vezes (e ainda em áreas distintas).


"Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less."

Ela foi pioneira em campos nunca antes ocupados por mulheres, se tornando a primeira professora de Física Geral na Faculdade de Ciências de Paris, em 1906. Também foi nomeada Diretora do Laboratório Curie do Instituto do Radium, da Universidade de Paris.

Posso dizer que ela foi o estopim do meu amor pela ciência. Em um mundo dominado por homens, fica difícil nos enxergar fazendo pesquisa. Mas Marie mudou isso, abrindo portas que lutamos para manter abertas.

A próxima grande mulher é Chimamanda Ngozi Adichie, a nigeriana que causou reboliço com seu discurso no TED em 2012 “We should all be feminists”. Adaptado para livro pela Companhia das Letras, “Sejamos Todos Feministas” foi um divisor de águas. Eu abri minha cabeça para muitas questões que me incomodavam e eu não sabia dar nome. 



“E se criássemos nossas crianças ressaltando seus talentos, e não seu gênero? E se focássemos em seus interesses, sem considerar gênero?”


Um pouco antes de ler esse livro, me perguntaram se eu era feminista e, por não entender o real significado dessa palavra, e até mesmo por associá-lo a movimentos e crenças erradas, eu disse não. 

Após conhecer o trabalho de Chimamanda, outras autoras chegaram até mim. E agora, sendo um pouco menos ignorante neste assunto, digo com orgulho que sou feminista.

Outra grande mulher foi Octavia E. Butler. Conheci seu trabalho através de Kindred e após terminar esta leitura fenomenal e polêmica, comecei a pesquisar mais sobre a vida dela e isso só serviu para aumentar a minha admiração. 

Apesar de seu trabalho desbravador na ficção científica feminista, mesmo não sendo considerada autora, aos olhos de muitos, ela persistiu e se tornou a primeira grande dama da ficção científica, vencendo a dislexia, pobreza e o preconceito.


"Se minha mãe não tivesse tolerado todas essas humilhações, eu não teria comido muito bem ou vivido muito confortavelmente. Então eu queria escrever um romance que faria com que outros sentissem a história: a dor e o medo que os negros tiveram que passar para sobreviver.”

Ela foi a primeira mulher negra a ganhar um prêmio de ficção científica e em 2005 ela finalmente foi admitida no Hall Internacional da Fama de Escritores Negros da Universidade Estadual de Chicago.

Ursula K. Le Guin autora de fantasia e ficção científica, a primeira mulher a ganhar os maiores prêmios da ficção científica. Seu primeiro livro foi publicado há mais de 50 anos ("Rocannon’s World"), tendo escrito 21 romances, 13 coletâneas de contos, 12 livros de poesia e 13 livros infantis, além de traduções, críticas e um roteiro. 

Desde 1960, quando seus primeiros trabalhos foram publicados, Le Guin continua ganhando cada vez mais leitores com obras dos mais diversos temas, que exploram aspectos do taoísmo, anarquismo, etnografia, feminismo, psicologia e sociologia.

O que faz com que Le Guin seja o monstro que é, é sua capacidade de criar cenários imaginários que fazem com que reflitamos sobre nossa própria sociedade, nos colocando no lugar dos oprimidos. Isso faz com que mais pessoas abram os olhos para uma realidade que afeta tanta gente.


“Em tempos sombrios, as pessoas olham para escritores”

Uma nova estrela que eu conheci foi Mary E. Pearson, autora das Crônicas de Amor e Ódio. Quebrando estereótipos, Pearson criou uma protagonista real. Lia, ao descobrir que estava sendo usada como peão político, orquestra um plano para desaparecer e toma as rédeas da própria vida. Isso tudo poderia ter dado errado se Mary E. Pearson entregasse uma personagem que assim que tem um vislumbre do amor, abandona sua personalidade e esquece de seus ideias para viver esse romance. Porém, Lia é o foco da narrativa. O que ela quer, seus medos e anseios, assim como a sua relação em algo muito maior do que ela mesma: o destino, e como ela é a responsável por escolhas que afetarão milhares de pessoas.


"We all have a dark place in us. It's what we do with it and the choices we make."

Lia conhece suas limitações e as vence usando suas perspicácia, argumentação, coragem e inteligência. Ela é humana, é alguém repleta de camadas, que sofre e sente medo ao mesmo tempo que tem coragem e determinação para lutar e ser livre.

Mudando um pouco o foco, não podia deixar de fora a comandante Jane Shepard da trilogia “Mass Effect”. Ela foi meu primeiro contato com uma personagem feminina que não precisava ser salva - a famigerada “donzela em perigo”. Essa franquia não é perfeita e ainda sexualiza as mulheres. Porém, acertou em criar personagens como Shepard, e outras mulheres que ocupam posições importantes como: a chefe de artilharia Ashley Williams, a arqueóloga Liara T’soni, a engenheira Tali’Zorah vas Neema, a Doutora Chakwas, entre tantas outras. 

“Mass Effect” foi um pequeno passo para a mudança de um cenário sem representação.


"Maybe you're right. Maybe we can't win this. But we'll fight you regardless! Just like we did Sovereign. Just like I'm doing now! However insignificant we may be. We will fight! We will sacrifice! And we will find a way! That's what humans do!"

Escrevi esse texto para mostrar a importância de mulheres fortes e corajosas em nossas vidas. Quando alguém te disser que você não pode fazer algo, é responsabilidade sua provar o contrário. Mulheres são demais. E se você ainda não percebeu isso, bom… está perdendo tempo.

***


Este post faz parte da #SemanaGirlPower. Uma semana dedicada inteiramente a apresentar trabalhos feitos por mulheres incríveis que mudaram nossas vidas. O intuito desta semana é dar visibilidade à presença da mulher em mídias variadas, em homenagem ao Dia da Mulher (8 de março) ♥ #LeiaMulheres

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