quinta-feira, 8 de março de 2018

[Especial] {#SemanaGirlPower} Cinco Animações com Temas Feministas


Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de março), criei uma lista com cinco indicações de animações com temas feministas! Para refletir:


"Feliz dia daquela que muitas vezes é taxada de puta por usar shorts curto.
Feliz dia daquela que para alguns não serve para casar porque gosta de sair para beber e se divertir com as amigas.
Feliz dia daquela que é chamada de piranha por alguns, pois dormiu com o cara no primeiro encontro.
Feliz dia daquela que é considerada vagabunda porque mandou nudes e o babaca espalhou para os amigos.
Feliz dia daquela que é dita como solteirona porque preferiu priorizar a carreira.
Feliz dia daquela que muitos dizem que é incompleta porque não quis ter filhos.
Feliz dia daquela que sai com o cara errado e se vê obrigada a criar o filho sozinha.
Feliz dia daquela que decidi abortar e é taxada de assassina.
Feliz dia daquela que sofre preconceito por ser lésbica, transexual ou travesti.
Feliz dia daquela que é abusada no coletivo lotado.
Feliz dia daquela que é taxada de burra por ser bonita.
Feliz dia daquela que sofre retaliações por ter um cabelo Black Power.
Feliz dia daquela que vários acham que ela foi culpada pelo seu estupro porque estava com um decote.
Feliz dia daquela que dirige mal pelo simples fato de ser mulher.
Feliz dia daquela que se comete um erro é porque é mulher.
Feliz dia daquela que é ridicularizada por muitos por estar acima do peso.
Feliz dia daquela ganha um salário menor, pois pode vir a engravidar.

Mas mesmo com tudo isso
Feliz dia daquela que ama ser mulher.
Feliz dia daquela que corre atrás do que é seu.
Feliz dia daquela que consegue com um sorriso melhorar o dia de alguém.
Feliz dia daquela que é forte e fraca ao mesmo tempo.
Feliz dia daquela que é cheia de defeitos, mas que também tem muitas qualidades.
Feliz dia que deve ser celebrado todos os dias!!!!

Feliz dia das mulheres!!"

Para essa singela lista, resolvi deixar de fora os clássicos - não que eles não sejam dignos de serem mencionados, mas todo mundo já conhece, por isso resolvi dar espaço para animações “menos comentadas”. Como é sempre bom mencionar aqui vão: “Mulan” (1998) e “Valente” (2012) e “Frozen” (2013).

Minha primeira indicação é um filme do Estúdio Ghibli, dirigido pelo aclamado Hayao Miyazaki. “A Viagem de Chihiro” narra a história de uma garota que tenta manter sua identidade mesmo quando todas as forças sobrenaturais fazem de tudo para tirar isso dela. 


Além da animação ser belíssima por si só, apresenta personagens inesquecíveis e a jornada de amadurecimento de uma menina que começa como a filhinha mimada e termina o filme como uma mulher forte e determinada.

“A Viagem de Chihiro” ganhou trinta e cinco prêmios, entre os quais incluem o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003.


A próxima indicação é “A Princesa Mononoke” (1997), novamente do Estúdio Ghibli e dirigido por Hayao Miyazaki (percebam a tendência desse homem de criar histórias sensacionais). A história se passa no Japão feudal e foca em uma pequena vila rural que busca manter o contato com a natureza. Uma pequena vila é atacada por um imenso javalí possuído, após uma árdua batalha com o príncipe Ashitaka, o javalí é derrotado, não antes de amaldiçoar o príncipe. Convencido pelos moradores da vila a procurar uma cura, ele parte em uma jornada que o colocará na linha de frente de uma batalha entre mineradores de ferro e deuses que protegem a floresta.


Uma animação que foca no embate entre homem e natureza. Com uma personagem que foi adotada e criada por uma tribo de deuses lobos, “A Princesa Mononoke” nos faz refletir sobre a expansão do homem e a perda de coisas insubstituíveis. Com uma arte belíssima, somos pegos de surpresa por uma animação que aborda temas atemporais e pessimistas.

A produção desta animação custou cerca de 20 MILHÕES DE DOLÁRES e marca um dos últimos trabalhos de Miyazaki feitos à mão, utilizando a computação gráfica o menos possível. “A Princesa Mononoke” ganhou o prêmio de melhor filme em 1997 e o Prêmio Annie, em 1999, como melhor direção. Sua bilheteria foi a maior do Japão até a estreia de “Titanic”.


Para que esta não fique uma lista com apenas nomes japoneses, a próxima indicação é “A Lenda de Korra” (2012-2015) criada por Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko, a animação conta com quatro temporadas e se passa 70 anos após os acontecimentos de “Avatar: A Lenda de Aang” - segura essa bomba.


Acompanhamos a vida da mais nova avatar Korra, um garota da tribo da água que já domina três dos quatro elementos, faltando apenas o ar. Por isso ela vai até a Cidade República ser treinada por ninguém menos que um dos filhos de Aang e Katara (o ship é real), Tenzin. Um dos últimos dobradores de ar.

Eu amo esse desenho desde criança e ter uma avatar mulher foi uma das melhores coisas a acontecerem. Korra e Aang são extremos opostos, ela é impulsiva, cabeça dura e não leva desaforo para casa. Ela cresceu sendo treinada para ser a Avatar e de quebra, nunca teve que resolver um conflito de um século enquanto aprendia a dobrar os elementos, mas não pensem que isso a torna menos sensível ou fraca. Korra é um exemplo de como uma personagem pode evoluir ao decorrer de uma série.


Sendo indicado 41 vezes para prêmios diversos e tendo ganho 27 vezes, temos uma história que mistura comédia, drama, romance, violência, expansão de universo, representatividade, sexualidade e abordagem de temas reais demais, próximos demais de nós mesmos, como: a expectativa que criamos em nós mesmos e o medo do fracasso - separem os lencinhos.

A próxima indicação é “Zootopia” (2016) dirigido por Byron Howard e Rich Moore. A história é sobre uma coelha que entra para a polícia, uma profissão dominada por homens machões. Um dos pontos mais interessantes do filme é que além do machismo, temos uma sociedade dividida entre predadores e presas, alguém notou alguma semelhança com a realidade? Fora que preconceitos de espécie também estão presentes, como o velho ditado que não se pode confiar em raposas - muito real talvez?


Em 2017, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação e em fevereiro, o Oscar de Melhor Filme de Animação. Se você quer um filme fofo que fale sobre crítica social - na verdade esfregue na sua cara - “Zootopia” é o seu match perfeito.


E para encerrar, “RWBY” (2013-?) uma websérie criada por Monty Oum para a produtora Rooster Teeth Productions. A série é ambientada em um mundo preenchido pelo sobrenatural e criaturas conhecidas como “Criaturas de Grimm”. Sabemos através dos personagens que antes dos eventos da série, houve uma batalha da humanidade contra essas criaturas, que só foi vencida graças a descoberta de um elemento misterioso chamado Dust. Atualmente Dust é utilizado como combustível para habilidades mágicas e armas, e aqueles que utilizam essas habilidades são conhecidos como Caçadores ou Caçadoras. 


A série foca em quatro garotas com habilidades e armas únicas, que estudam para se tornarem Caçadoras na Academia Beacon. Com personalidades que vão de idealista e empolgada a fria e controladora, as quatro garotas formam a equipe RWBY (Ruby Rose, Weiss Schnee, Blake Belladonna e Yang Xiao Long. Já disse que adoro iniciais que formam o nome da equipe?).

Com coreografias de luta que te deixarão de queixo caído e a abordagem de temas como preconceito, amizade, relacionamentos abusivos, entre outros. "RWBY" chega como não quer nada e te deixará esparramado no chão!


Espero que vocês tenham gostado dessa lista de indicações. Procurei fugir um pouco do habitual e focar em animações com personagens marcantes.

***


Este post faz parte da #SemanaGirlPower. Uma semana dedicada inteiramente a apresentar trabalhos feitos por mulheres incríveis que mudaram nossas vidas. O intuito desta semana é dar visibilidade à presença da mulher em mídias variadas, em homenagem ao Dia da Mulher (8 de março) ♥ #LeiaMulheres

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